Atualmente na Espanha cada Universidade têm certa autonomia para definir alguns detalhes de seu sistema de ingresso. No entanto, as modalidades de ingresso mais comuns em uma Faculdade espanhola para cursar uma Graduação são três:
- Nota média do Ensino Médio (+ prova em alguns casos)
- Transferência (com convalidación de ao menos 30 créditos)
- Ingresso como titulado (para quem já possui algum curso superior)
FORMAS DE INGRESSO NA GRADUAÇÃO
1. NOTA DO ENSINO MÉDIO
O primeiro passo para ingressar em uma Universidade espanhola com a nota do Ensino Médio é solicitar a homologação do próprio Ensino Médio. Esse processo é realizado pelo Ministério da Educação espanhol. Depois disso, existem 3 possibilidades.
Ingresso direto
Em cursos menos concorridos, chegam a sobrar vagas! Isso ocorre inclusive em cursos tradicionalmente muito procurados como Fisioterapia ou Economia. Assim, a nota média mínima para ingressa é 5. Basta haver concluído o Ensino Médio e iniciado o processo de homologação e será possível iniciar a Faculdade.
No ato do início do processo de homologação será gerado um documento provisório que permite realizar o processo de admissão na Universidade e cursar todo o primeiro ano enquanto tramita o processo.
Em cursos que exigem conhecimento prévio do aluno (como Música ou Artes Plásticas), será necessário realizar um exame de proficiência prévio, independente da nota do Ensino Médio.
Ingresso com a nota média
Em cursos mais disputados, é necessário concorrer às vagas com a nota média do Ensino Médio. Para isso, é necessário que a homologação esteja concluída. Esse processo dura aproximadamente 10 meses. Quando a homologação concluir, o candidato terá o Ensino Médio válido na Espanha e poderá utilizar a nota média para concorrer à vagas nas Universidades Espanholas.
Ingresso com a nota média + prova
Em cursos muito concorridos (como Medicina e outros), além da nota média também se aplica uma prova de acesso. Para ingressar na Faculdade se faz uma média entre a nota do Ensino Médio (60%) e a nota da prova de acesso (40%).
2. TRANSFERÊNCIA
Para ingressar em uma Universidade espanhola por meio de transferência, o requisito fundamental é que possam ser transferidas e aproveitadas disciplinas que correspondam a pelo menos 1 semestre de estudos, o que equivale a 30 créditos europeus (ECTS).
Em todas as Universidades as disciplinas costumam ser divididas em três grupos, que podem variar de nome, mas sempre representam os seguintes módulos:
- Disciplinas de Formação Básica (FP)
- Disciplinas Obrigatórias (OB)
- Disciplinas Optativas (OP)
As disciplinas de Formação Básica e as optativas são mais fáceis de serem substituídas por outras, já que não constituem o núcleo essencial da carreira universitária em questão. Em realidade, se observamos a grade curricular de diferentes graduações da mesma área, veremos que muitas delas compartilham as mesmas disciplinas de Formação Básica.
Ao não constituir elemento essencial da graduação, as disciplinas básicas são muitas vezes suscetíveis de aproveitamento por outras disciplinas distintas, desde que também sejam de Formação Básica. No caso das optativas, normalmente estão relacionadas com um ramo específico da graduação, funcionando como um aprofundamento em determinada área. Porém ao serem optativas, nada impede que em lugar de que o aprofundamento se realize em outra área não ofertada pela Universidade de destino.
Em resumo, para a transferência não é necessário que as disciplinas transferidas sejam idênticas se forem de Formação Básica ou Optativas. Contudo, a análise e a última palavra será sempre da Universidade de destino.
Assim, por exemplo, uma pessoa que cursou 1 semestre de Contabilidade no Brasil, provavelmente cursou disciplinas básicas de economia e matemática. Essa pessoa cursou matérias muito parecidas com as da Formação Básica da Administração de Empresas na Espanha. Então será possível solicitar o ingresso por convalidación dessas matérias na Espanha para cursar a Faculdade de Administração de Empresas, ou mesmo outra em área completamente distinta, sempre que a Universidade de destino realize o aproveitamento de ao menos 30 créditos europeus.
A ideia é que esses 30 créditos se correspondam a um semestre letivo, então em teoria o aluno que ingressa por transferência não tirara a vaga dos alunos que entram no primeiro semestre através das provas de acesso. Isso não quer dizer que todas as matérias convalidadas devem ser do primeiro semestre. É apenas uma questão de que quem vem de fora se matricule como aluno do segundo semestre ou posteriores. Seria possível, por exemplo, convalidar 3 anos e meio de disciplinas e cursar apenas o último semestre na Espanha. Tudo depende da análise curricular feita pela Universidade de destino.
3. TITULADOS SUPERIORES
Existe a obrigação legal de que todas as Universidades reservem de 1 a 3% das vagas disponíveis em todos os cursos universitários para titulados superiores que solicitem cursar uma segunda Faculdade. Essa porcentagem é decidida por cada Comunidade Autônoma, mas é obrigatório garanti-las aos titulados.
O requisito fundamental para ingressar em uma Faculdade como titulado superior é haver realizado a Equivalência do título estrangeiro ou possuir um título superior espanhol.
A seleção é feita exclusivamente pela nota média da titulação que se possui. Nessa modalidade de ingresso não importa se o interessado se formou em algo completamente diferente. O único que importa é que tenha terminado algum curso superior. Então, por exemplo, caso tenha se formado em Enfermagem, pode entrar em Contabilidade sem nenhum problema.
Na tabela acima, vemos a nota média necessária para ingressar como titulado na Universidade Complutense de Madrid. Em muitas Faculdades a disputa é pequena, e chegam a sobrar vagas. Nesses casos, ainda que a média final da carreira fosse a mínima (5 pontos), seria possível ingressar como titulado sem nenhum problema. Em outros casos, a média é mais alta, podendo chegar a 9,7 pontos para Medicina [Nesse caso específico é recomendável solicitar o ingresso em Universidades menos demandadas, fora das grandes capitais].
Para quem se formou no Brasil, o único requisito é solicitar a equivalência do Diploma brasileiro, como comentamos aqui.